SONETO
DA REINICIAÇÃO
Ao poeta
Majela Colares
Deixa
arder crepitante a escassa lenha
do
tempo que te rouba a mocidade;
num
cálice onde a chuva se detenha,
bebe
o teu dia com simplicidade.
Em
qualquer diminuta claridade,
em
qualquer gesto, aroma, em tudo venha
o
sorriso de Deus, profundidade
que
além do pó tua máscara desenha.
Tótens
e mitos planta em tua casa,
grava
os sonhos de Blake; a letra abrasa
sobre
a nuvem do mármore cativo.
Rastreia
o sol dos incas. Bem, agora
degusta
o milho cósmico da hora,
do
grande enlevo de sentir-se vivo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário