segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

SONETO PARA UM VELHO TELHADO

SONETO PARA UM VELHO TELHADO
De calha em calha ondula o gato; a janta
Vai chegando ao final sob este espaço
Onde não chega o ácido mormaço
Quando a tarde é mais forte e a lua tanta.
Diante do gato um pássaro levanta
Seu vôo meticuloso, ao gesto e ao passo
Do romântico chano: agora é de aço
O brilho visceral que a noite espanta.
Enquanto ossadas limpam-se da mesa,
Secam lá fora os grilos da incerteza,
Telhados ardem na paisagem suja.
Não sei mais desse gato. O passarinho,
Mandei que fosse em busca de outro ninho.
Naquela casa, pia uma coruja.

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