sexta-feira, 3 de junho de 2022

A BUSCA

 A BUSCA


Busco os velhos amigos sobre tela
feita de vozes, têmpera de sonho,
desolados perfis madrugadenses,
companheiros que em versos recomponho.
Sei que estão por aí. Alguns finados,
outros dormindo o sono cor de prata:
rupturas, corrosões, andam por tudo,
separou-nos o tempo que nos mata.
Ruas, Aluísio, Neto, o nosso Guima,
no auge de um brinde ao sol, posam radiantes
numa foto que as traças desanima.
Queira, Senhor, tão breve me aconteça
tornar a vê-los como foram dantes,
se logo até de mim talvez me esqueça.

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