quinta-feira, 14 de junho de 2012

DUETO PARA SOPRO E CORDA

SONETOS PARA GUIMARÃES ROSA

                       
II

Passarim-passarão, rosa-de-rosa,
o arguto adeus se voa rio-acima;
ave ribeira entregue ao que não rima
mas colhe aromas para o som da prosa.

De ver se faz o til, o lá de anosa
raiz no brejo tendo a si e ao clima
donde sai beija-flor, roseana estima
por um dizer com seiva luminosa.

Fazer o achado, a busca, nunca a trava
do ponto a qualquer flor, texto ou gorjeio,
foi lei-que-foi no tempo que se lava.

Dos estirões da saga emerge o veio
do teu léxico novo; ali se andava
rosa-sertão bem antes do que veio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário