sábado, 16 de junho de 2012

DUETO PARA SOPRO E CORDA,

SONETO À MANEIRA DE ILDÁSIO TAVARES

Brasil nasceu de brasa; de vermelho,
e em brasa transformou-se o pau Brasil,
para tintura, esteio, amor senil
de reinados banais diante do espelho.
Mata chamada atlântica, pentelho
agora de rochosa e varonil
despetalada costa do Brasil:
quem foi que disse que adiantou conselho?
Rotular em favor da ecologia
também faz rir ao tolo que não sente
que as árvores são luz: tudo rebrota!
Tudo que guarda a verde sinfonia,
salta das ruínas inda mais contente
por ter sonhado, apenas, com a derrota.

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