SONETOS
PARA MARCEL PROUST
Que
fazes, Proust, ao léu do teu cenário,
ao
léu da infância que em teu rosto asila
da
época feliz um tom de argila
e
do vinho natal esse ordinário
calor
do pão na mesa onde cintila
aquele
estigma azul do legendário
sangue
teu que nascera de um canário
posto
no tempo como numa vila?
Em
busca desse tempo então largaste
velames
de metáforas, ao espanto
frágil
daquela que tu tanto amaste.
Anos
perdidos? Ganhos no entretanto,
pois
em troca do sonho que sonhaste,
outros
nos deste para nosso encanto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário