sexta-feira, 24 de maio de 2013
SONETO DO INSTANTE FUGAZ
SONETO DO INSTANTE FUGAZ
Conta-me, pluma, a sutileza agreste
dos mínimos estalos, da leitura
que o sol derrama sobre a fonte pura,
do inquieto lume que as palmeiras veste.
Seja a manhã teu código celeste,
tua insolúvel, grávida procura
de onde pousar os fios da loucura
tecidos, como a ti, de algum cipreste.
Voluntário pesar que, entanto, assume
desde sopros de vento ao que lamenta
fechado numa palha ou num perfume,
conta-me pluma, como o tempo leve
passa do gris ao breu de uma tormenta,
sem que, fugaz, te deixe a mão que escreve.
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