segunda-feira, 13 de julho de 2015

SONETO X


X

Era um jardim de mágicas a Sena (*)
dos meus tempos nanicos; pergaminho
crepitante nas árvores descia
fermentando palavras com seu vinho.
Formigas tinham asas, eucaliptos
varriam os céus da tarde longos finos,
em cujas pontas altas e solenes 
faíscas de verão tocam violinos.
Rios bebidos pela tromba-dágua
retornam com seus peixes; nos telhados
jasmins de fogo e pássaros gorjeiam.
Transfiguradas noites, quando sonho
junto os fragmentos cegos dos meus dias
num montão descartável de elegias.

(*) Sena Madureira - Acre

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