quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

Era um jardim de mágicas a Sena

Era um jardim de mágicas a Sena (*)
dos meus tempos nanicos; pergaminho
crepitante nas árvores descia
fermentando palavras com seu vinho.
Formigas tinham asas, eucaliptos
varriam os céus da tarde longos finos,
em cujas pontas altas e solenes
faíscas de verão tocam violinos.
Rios bebidos pela tromba-dágua
retornam com seus peixes; nos telhados
jasmins de fogo e pássaros gorjeiam.
Transfiguradas noites, quando sonho
junto os fragmentos cegos dos meus dias
num montão descartável de elegias.

(*) Sena Madureira - Acre

JORGE TUFIC

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