SONETO PARA SALVATORE QUASIMODO
Vejo os telhados: nunca uma só telha,
que esta sozinha pouco se reflete;
Camões inteiro cabe num disquete
como cabe a galáxia na centelha.
Vejo ao lado Quasimodo, que a velha
foto consome à luz que a si remete
árvores mortas; e, sob o colete,
pulsa a criança que seu rosto espelha.
Veladas eras; cânticos noturnos
te iluminam d’imennso; as mãos no bolso
sancionam terremotos e massacres.
Passaram guerras, botas e coturnos.
Ao descer ao mais fundo calabouço,
detonantes manhãs rompem seus lacres.
Nenhum comentário:
Postar um comentário