terça-feira, 13 de março de 2012

DUETO PARA SOPRO E CORDA


SONETO PARA SALVATORE QUASIMODO


Vejo os telhados: nunca uma só telha,
que esta sozinha pouco se reflete;
Camões inteiro cabe num disquete
como cabe a galáxia na centelha.

Vejo ao lado Quasimodo, que a velha
foto consome à luz que a si remete
árvores mortas; e, sob o colete,
pulsa a criança que seu rosto espelha.

Veladas eras; cânticos noturnos
te iluminam d’imennso; as mãos no bolso
sancionam terremotos e massacres.

Passaram guerras, botas e coturnos.
Ao descer ao mais fundo calabouço,
detonantes manhãs rompem seus lacres.

Nenhum comentário:

Postar um comentário