SONETOS
PARA GUIMARÃES ROSA
I
Palavras
andam, mas também se afogam.
Voam
de três, no mais: de banda, não.
Em
Rosa elas são aves, condição
dos
tenórios volantes que dialogam.
As
palavras poéticas se drogam
do
cheiro que se vem de algum sertão;
traçam
caminhos de minhoca, vão
do
texto à traça, quando se derrogam.
Resvés,
parceira do menor estalo,
diminutiva,
crítica, vermelha,
da
cor do vinho de Sardanapalo,
Ave, palavra que este grito espelha,
formiga
azul que vai de talo em talo
para
eclodir na íntima centelha.
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