Nossa
infância era toda iluminada
- pelas fontes da tua juventude.
Armadura que tínhamos freqüente
para afastar as sombras e o perigo.
Eram fartos os dias com teus peixes
mergulhados no arroz: postas de ouro
não largavam seus brilhos nem suas luas.
Na escassez, entretanto, te inquietavas.
Ainda te vejo, o porte esbelto indo
por aqueles baldios transparentes
onde a luz, de tão verde, pincelando
os ermos, quanta música expandia!
Voltavas quase noite ao doce abrigo,
e o mundo inteiro, mãe, vinha contigo.
O texto é escrito com o intuito, com a
busca de recuperar a imagem daquela criatura divina, dama antiga, fada e santa,
busca infinita de volta ao útero materno, ao ninho antigo, àquele aconchego
materno, onde tudo estava em paz, onde nela nos alimentávamos, nos
encontrávamos com nossa originária semente, e para isso, para esse canto, o
poeta pede a voz do pássaro, o pedal das nuvens, procurou, como Narciso, na
água dos regatos, a imagem aquela que em nós dela nunca se esquece.
Mas nada.
Somente nos versos há a sua fotografia.
Mas...
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