ROMANCE DO CASARÃO
III
Terá dormido o operário
cujos pés calcaram notas
de alguma valsa perdida?
E os persistentes fantasmas
que moram nas dobradiças,
quantas pragas não rogaram?
De tudo oca, no entanto,
a foto já esmaecida
de um rosto branco, insepulto.
Perfil de brumas, rosal
de sonhos que se andaram.
Mãos que ainda tocam nos fusos
e ossadas em dispersão;
estes soluços discretos
ouvidos por trás da queda
do perempto casarão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário