RETORNO
II
A chuva com sol, lá fora,
me faz recordar as pitangas vermelhas,
o barranco erodido
e o boi semanal para abate
às portas do domingo.
Cincoenta anos depois,
a cidade do meu tempo
só tem a mim latejando, estranho
diante das águas correntes,
do porto deserto,
com seus velhos batelões de palha vencida,
cheirando a tabaco.
Um dólmã de mescla, azulado,
veste a solidão dessas margens,
naufraga em meu sangue.
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