POEMAS EM GUARDANAPOS DE PAPEL
POEMAS EM GUARDANAPOS DE PAPEL
(Beija-flor)
Um milhão de anos foi preciso,
beija-flor,
para que Deus te criasse.
E como te matam fácil
fácil.
(A jaula)
Tudo parece mudo,
indiferente, kafkeano.
Só eu e minha sombra
agora mesmo intraduzível.
O mais passando
passando.
Roídas se quedam pedras,
janelas, calçadas
e a ponta do
meu lápis.
(Ciclo I)
Ó nuvem
quantas mijadas pesam
nas tuas levezas.
E quant’água me pesa
no corpo
sem nuvem.
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