segunda-feira, 7 de março de 2016
O ONZE DE SETEMBRO
O ONZE DE SETEMBRO
para Jorge Tannuri
Praça Paris. Soneto V. A vida
se corria por conta: brasileira
com a vontade de Deus, nossa bandeira
feita de amor para não ser vencida.
Getúlio volta. O cárcere intimida,
mas se tem carnaval, tem brincadeira;
e o continente ibero é uma ladeira
que leva para o caos numa descida.
Vagueio, assim, de pássaro a vertente,
em bronze me refundo, e das estátuas
faço brinquedos como antigamente.
Livre das bombas que despejam ódio,
percorro o meu Brasil de coisas fátuas,
sem ligar para o trágico episódio.
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