segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

Estas vozes de outubro nos ciprestes

Estas vozes de outubro nos ciprestes
farfalham guilhotinas. Rosas pensas
cantam para morrer. Unhas de vento
dobram páginas rubras quando sopram.
Estas vozes de outubro nos ciprestes
anotam meus presságios: quem nos salva
das intrigas, da morte ou da velhice?
Graníticas falésias onde ancora
o musgo, ancora a sombra dos navios.
Estas vozes de outubro nos ciprestes
desenham tempestades, traçam planos
para um barco de sólidos conveses.
Zorba dança e circula no apogeu
das lágrimas; e ganha o que perdeu.

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