domingo, 29 de dezembro de 2019

Poetas morriam tísicos

Poetas morriam tísicos. Rameiras
se vendiam na praça da Matriz;
transatlânticos vinham das europas
e eu queria partir, sendo feliz.
Mas partia de costas para o cais
na direção correta de algum bar,
e ali me vejo sob a tenda exausta
de alguém que fui sem nunca me encontrar.
Momentos singulares, num respingo
me trouxeram Bandeira: uma andorinha,
minha vida de à toa, meu domingo.
Poetas morriam tísicos e loucos.
Eram, contudo, belos, verdadeiros.
Devem ser hoje os tímidos e poucos.

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