domingo, 4 de setembro de 2011

CIDADÃO DE MANAUS


Senamadureirense ganha 'título de cidadão' em Manaus





Jorge Tufic (1930) Nasceu Sena Madureira, Acre, onde ao som das violas sertanejas dos Soldados da Borracha, captou os primeiros rebentos de sua vocação para a Poesia. Residente em Fortaleza, CE desde 1991.

Poesia mesclada com as origens libanesas, lembranças da infância e das lendas amazônicas. O encontro de Jorge Tufic com a inspiração poética começou cedo, em Sena Madureira, Acre, com a chegada dos soldados da borracha. Naquele tempo ele tinha cinco anos de idade, e o ano era 1935. “Eu costumava ficar ouvindo as trovas, o ponteio das violas sertanejas, os repentes e histórias fantásticas daquele povo”, lembra o poeta e jornalista, que escreveu os primeiros versos aos 15 anos. Hoje, ao seu acervo poético somam-se 42 obras, entre poesias, contos, ensaios e sonetos.

Ainda na infância, perdia-se na floresta, inventava palavras e deixava a imaginação voar alto. Mas, de repente, num livro escolar do primário, brotaram surpresas que despertaram a paixão do escritor pela poesia. “Tudo em Sena Madureira, aliás, como as serenatas boêmias despertavam nos meninos de minha idade um sentimento romântico muito mais forte do que a nossa capacidade de expressar alguma coisa”, conta.

Descendente de uma tradicional família de comerciantes árabes, é filho do libanês Tufic Alaúzo, que mudou para o Brasil no começo da década de 1920 e desenvolveu suas atividades comerciais nos seringais. Por isso, a forte influência da língua, da cultura e da arte árabe de contar histórias. “A influência do árabe, falado em nosso cotidiano antes do português, marcou bastante. Junto a isso, convém lembrar as noitadas de música, ao som dos alaúdes, com vinhos finos, arak e um vasto serviço de comidas típicas do Líbano”, lembra

Com o declínio da produção de borracha, no início da década de 1940, a família de Tufic mudou para Manaus, onde o autor realizou seus primeiros estudos. Exerceu, durante boa parte de sua vida, a atividade de jornalista. Com a aposentadoria, fixou-se em Fortaleza, no Ceará, passando a se dedicar exclusivamente à literatura.

Sua estréia literária aconteceu em 1956, com a publicação de Varanda de Pássaros. O discurso poético de Jorge Tufic se desenrola por um lado, por forte conteúdo existencial. A outra margem do discurso poético de Tufic se fundamenta nas preocupações formais e no caráter experimental de seu processo de criação. “Minha produção literária é uma evidência de minha identificação com o universo regional, meu esforço em criar uma obra identificada com os mitos, anseios e esperanças do homem da Amazônia”, destaca.

Trajetória



Jorge Tufic nascido em Sena Madureira, no Estado do Acre, no dia 13 de agosto de 1930, iniciou sua educação em sua cidade de origem, transferindo-se posteriormente para Manaus, onde concluiu os estudos. Em 1976 recebeu o diploma “O poeta do Ano”, prêmio concedido pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Amazonas, em reconhecimento à sua vasta e intensa atividade literária. Tem seu nome inserido em várias antologias, entre as quais destacam-se “A Nova Poesia Brasileira”, organizada em Portugal por Alberto da Costa e Silva, e “A novíssima Poesia Brasileira”, que Walmir Ayala lançou na Livraria São José, no Rio de Janeiro, em 1965.


É sócio fundador da Academia Internacional Pré-Andina de Letras, com sede em Tabatinga, no Estado do Amazonas. Fez várias conferências literárias e é membro efetivo de algumas entidades culturais, tais como: Clube da Madrugada, Academia Amazonense de Letras, União Brasileira de Escritores (Seção do Amazonas) e Conselho Estadual de Cultura. Pertenceu à equipe da página artística do Clube da Madrugada, “O Jornal” e do “Jornal da Cultura”, da Fundação Cultura do Amazonas.

Tufic também é o autor da letra do Hino do Amazonas. O poeta conquistou o primeiro lugar em concurso nacional promovido pelo governo do estado em 1980. Colaborou e ainda colabora com vários órgãos de imprensa como “A Crítica”, “Amazonas Cultural”, Suplemento Literário de Minas Gerais, Revista de Literatura Brasileira e “Diário do Nordeste”.

Por tudo isto, e pelo amor que tem a Amazônia devido a sua dedicação à cultura, sendo verdadeiro embaixador da região por onde passa, orgulho-me, como representante do povo, em pleitear a este Douto Parlamento seja outorgado, com sentimento de reconhecimento e gratidão pelos relevantes serviços prestados à população amazonense, o Título de Cidadão do Amazonas, ao poeta JORGE TUFIC ALAUZO, a comenda mais importante desta Augusta Casa.

Projeto de Lei nº 135-09 de autoria do Deputado Sinésio Campos a realizar-se às 10 horas do dia 23 de Março de 2010, Edif. José de Jesus de Albuquerque.

Nenhum comentário:

Postar um comentário