quarta-feira, 12 de junho de 2013
SONETO ÀS BORBOLETAS
SONETO ÀS BORBOLETAS
Sempre dou baixa aos dias na folhinha.
Porém, quanto mais risco, mais florescem,
quer nos blocos seguintes, quer na minha
janela aberta aos outros que amanhecem.
Não sei das vezes que a esse gesto eu vinha
dando o meu tempo que as aranhas tecem;
tantos dias iguais, seja à tardinha,
seja às estrelas quando resplandecem.
Montões de calendários tomam conta
de algumas prateleiras que derramam
velhos papéis inúteis, dessa monta.
Números, datas, portas e janelas,
foram, decerto, árvores que inflamam
para os céus borboletas amarelas.
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