sábado, 24 de outubro de 2015

OS OLHOS DE MAI (*)


OS OLHOS DE MAI (*)

Os olhos! Não te deslumbram os olhos?
Todas as cores guardam no que são.
Eis que evocam perigos, sedução,
perfis estranhos, canforados óleos.
Íris que lembram múltiplos infólios,
olhos azuis, que imóvel solidão!
Olhos negros, etéreos, mansidão
daqueles que rastejam feito abrolhos.
Todos os olhos sondam, ardem, pensam,
muitos encerram cofres de segredo,
perguntam, tiranizam, recompensam.
Queres ver-te no espelho? Vai-te a esmo.
Mas se quiseres ver-me, não tem medo:
olha em meus olhos; busca-me em ti mesmo.

(*) Mai (pseudônimo de Maria Zlady), poetiza
árabe contemporânea, autora desse poema
traduzido, em forma prosaica, por Mansour
Challita.

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