SONETO
A QUATRO MÃOS (*)
O
poeta Simônides falando
mandou
às favas gregos e troianos.
Considerou
o Bem um Mal nefando,
Sem
lugar entre os bípedes humanos.
Tentar
organizar-se é um desmando
que
não seduz ao Caos nem aos arcanos.
-
Ao templo labiríntico, o comando!
A
vida é um sopro e não comporta enganos.
Ainda
disse Simônides: - Ó cínicos!
Fujamos,
pois, dos mestres e dos clínicos,
decepemos
de Hipócrates o crânio!
Tábula
rasa, o círculo e a poeira
dissiparão
a dúvida primeira
na
certeza do pássaro instantâneo.
* Com
Luciano Maia
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