quinta-feira, 6 de agosto de 2015

DOS JOVENS GOLIARDOS 2


DOS JOVENS GOLIARDOS


II

Palcos frios da história, outras cidades
rangem na biografia destas rugas,
nas pelancas noturnas e nos dedos
que ainda mexem com pássaros e fugas.
Jovem solar, pedreiro de açucenas 
minha lavra foi pedra, e seu calor
ardia nos penachos da oficina
que nascera de um verso ou de uma flor.
Quantos éramos, jovens, nessa trilha
dos mares e das terras encharcadas
pelo sal corrosivo da partilha?
Lições vincadas pelo nojo sabem
transbordar do meu peito anjos e mágoas;
tantas assim, que as outras  já não cabem.

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