sábado, 21 de janeiro de 2012

DO DUETO

SONETO DA REINICIAÇÃO

                                   Ao poeta Majela Colares

Deixa arder crepitante a escassa lenha
do tempo que te rouba a mocidade;
num cálice onde a chuva se detenha,
bebe o teu dia com simplicidade.

Em qualquer diminuta claridade,
em qualquer gesto, aroma, em tudo venha
o sorriso  de Deus, profundidade
que além do pó tua máscara desenha.

Tótens e mitos planta em tua casa,
grava os sonhos de Blake; a letra abrasa
sobre a nuvem do mármore cativo.

Rastreia o sol dos incas. Bem, agora
degusta o milho cósmico da hora,
do grande enlevo de sentir-se vivo.

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