quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

SERESTA FRUGAL


SERESTA FRUGAL


Bota a mesa, Raquel. Aí vem a lua

pela janela aberta. A lua traz

constelações de frutas, muita paz

na brancura do pão que ora flutua.



Belos peixes do rio vão pra rua

da noite plena que esse bem nos faz.

Bota os pratos, que agora a mesa é tua,

farta desse clarão que satisfaz.



Lá fora o vento morno impõe o riso

de quem  degusta estrelas; e há licores

na sombra onde comer não é preciso.



Banquete assim, Raquel, preda os rancores,

enfuna o linho à mesa, engana o juízo

que assim volteia como os beija-flores.


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