II
Penso em vós, jubilosas testemunhas
dessa infância ondulada pelo sono.
Passarinhos azuis e a mira exata
da usura e da vileza por seu dono.
Penso em vós, correntezas
abrigando
um sol de barro líquido: a canoa
junto aos funis que, logo, repentinos,
sugam qualquer gigante pela proa.
Penso no meu lendário de alfazemas,
nas chuvas com seus peixes luminosos,
nas contas de meu pai, nos meus sapatos
a caminho de um circo imaginário.
Tudo se gruda aos ossos deste empenho
de esquecer o que sou e donde venho.
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