Nós, os quase extintos
Nós
, os quase extintos
(Na
foto: Coelho Neto)
Rogel
Samuel
Nós,
escritores independentes, somos seres quase extintos na face da terra.
Nossa
sobrevivência hoje se deve aos blogs e sites.
Somos
todos nós, poetas, cronistas, romancistas, homens de letras, que fazemos da
literatura nossa razão de ser, uma centena de milhares de seres, esquecidos da
media, cuja produção continua firme, mas que raramente recebemos dos leitores a
capacidade de “viver da pena” como se
dizia antigamente.
Poucos
conseguem viver do que escrevem no Brasil, como Coelho Neto, Humberto de Campos
que sobreviveram do que escreviam. Até Machado era funcionário público.
Creio
que hoje somente poucos, como Márcio Souza, vivem de direitos
autorais.
Uma
solução curiosa e inteligente foi a alemã. Pelo menos era assim na década de 90:
as bibliotecas públicas cobravam uma pequena taxa de uso para o fundo de
aposentadoria do escritor alemão, e as livrarias eram “obrigadas” a colocar os
autores alemães na frente dos demais. Na vitrine.
No Canadá as livrarias emplacavam assim cada
livro nacional: “ESTE É ORGULHOSAMENTE UM AUTOR
CANADENSE”.
Por
que hoje estou neste estado deprimente?
-
Ontem eu entrei na Livraria Saraiva no Shopping Rio Sul e vi que os autores
nacionais sumiram de cena. Só nas
estantes laterais, marginais. Nenhum programa da tarde de domingo da TV
homenageia um poeta, um cronista nacional.
Seremos
seres em extinção?
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