quarta-feira, 30 de novembro de 2011

SONETO DO ERAM

Soneto do Eram (Jorge Tufic)





A moldura da infância eram pitangas
esquecidas das telas de Van Gogh.
As cercas eram poucas e distantes,
só meninos brincavam na paisagem.
Desses confins recortem-se os brinquedos
feitos a mão das sobras de meu tio,
construtor da cidade, mestre fino
cujas mãos eram bálsamo e verniz.
Manhãs e tardes vinham para o sono,
bichos falavam, bandolins ao longe
tinham letras, figuras, sentimento.
Deste passado há lendas e mistérios.
Guarda cada um de nós o que lhe cabe
saber das coisas que ninguém mais sabe.

Nenhum comentário:

Postar um comentário