SONETO
PARA UM VELHO TELHADO
De
calha em calha ondula o gato; a janta
Vai
chegando ao final sob este espaço
Onde
não chega o ácido mormaço
Quando
a tarde é mais forte e a lua tanta.
Diante
do gato um pássaro levanta
Seu
vôo meticuloso, ao gesto e ao passo
Do
romântico chano: agora é de aço
O
brilho visceral que a noite espanta.
Enquanto
ossadas limpam-se da mesa,
Secam
lá fora os grilos da incerteza,
Telhados
ardem na paisagem suja.
Não
sei mais desse gato. O passarinho,
Mandei
que fosse em busca de outro ninho.
Naquela
casa, pia uma coruja.
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