quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

O PROTESTO DE BOCAGE


BOCAGE

No canto de um venal salão de dança,
Ao som de uma rebeca desgrudada,
Olhos em alvo, a porra arrebitada,
Bocage, o folgazão, rostia o França:
Êste, com mogingangas de criança,
Com a mão pelos ovos encrespada,
Brandia sôbre a roxa fronte alçada
Do assanhado porraz, que quer lambança:
Veterana se faz a mão bisonha;
Tanto a tempo meneia, e sua o bicho,
Que em Bocage o tesão vence a vergonha:
Quis vir-me por luxúria, ou por capricho;
Mas em vez de acudir-me alva langonha
Rebenta-lhe do cú merdoso esguicho.


IX


Arreitada donzela em fôfo leito,
Deixando erguer a virginal camisa,
Sôbre as roliças coxas se divisa
Entre sombras sutis pachacho estreito:
De louro pêlo um círculo imperfeito
Os papudos beicinhos lhe matiza;
E a branca crica, nacarada e lisa,
Em pingos verte alvo licor desfeito:
A voraz porra as guelras encrespando
Arruma a focinheira, e entre gemidos
A môça treme, os olhos requebrados:
Como é inda boçal, perde os sentidos:
Porém vai com tal ânsia trabalhando,
Que os homens é que vêm a ser fodidos.

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