DUETO PARA SOPRO E CORDA
SONETO
A UMA TELA ESQUECIDA
Douradas
estações fazem seu lume
de
ontens sangrados e amanhãs nevoentos.
Que
somos nós? Tutores desses ventos,
breve
fulgor, insólito perfume.
Celebrar
esse instante era costume
sob
as copas de bosques cismarentos;
dele
jorraram vinhos sumarentos,
dele
a canção do afeto e do negrume.
Entre
o sono e a vigília, amor e tédio,
crestam
videiras; lá, barra-se o dia
que
à cena empresta um rústico debrum.
Assim
pintores viam, sem remédio,
fixar-se
o tempo escasso da alegria
na
sucessão de um brinde apenas um.
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