DUETO PARA SOPRO E CORDA
SONETO
PARA BOCAGE
Que
sabes tu de mim, rosto sereno,
mão
armada de cálamo, chinelo
diante
do pé lanhado e não pequeno,
em
tudo a imagem de polichinelo?
Que
sabes do que sou, profundo anelo,
sempre
avesso ao teu lodo, embora ameno
ou
pálido me adentro em teu castelo
e
bebo do teu vinho e teu veneno?
Que
sabes deste outro que procuro,
Se
reverbero enquanto te consomes,
e
entre nós se levanta um novo muro?
Fardo
que me aprisiona, quem imagina
ser
um monstro fugaz, com tantos nomes
a
fera em que me escondo e me assassina?
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