quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Violeta Branca e sua época




Violeta Branca e sua época 3

                           Jorge Tufic

 Mesmo depois dessa etapa, quando o movimento modernista assume novos aspectos, filtrando a experiência estética libertadora numa tomada de consciência em face da problemática nordestina, nada podemos constatar na literatura amazonense como reflexo positivo daquele movimento artístico e literário. Enquanto isso, Pernambuco já tinha lançado seu famoso “manifesto regionalista” enquadrando em seu contexto “a realidade histórico-cultural nordestino, com seu cenário geográfico, sua dramaticidade, a sua tipologia humana e a sua mitologia popular”. Os resultados concretos desta tomada de posição nós vamos encontrar nas obras de José Américo de Almeida, José Lins do Rego e Graciliano Ramos. No romance, os nossos escritores fincavam baliza entre o ensaio e a prosa de ficção, ressaltando-se, contudo, a importância documental  e sociológica dos temas enfocados, do “inferno verde”, de Alberto Rangel à “A selva” de Ferreira de Castro. Perdidos no cenário amazônico, passávamos aos poucos da noção de inferno verde para a tônica ufanista da terra verde, sem, nem por acaso, lograr-se ultrapassar as fronteiras da “informação copiosa”, da observação “fidedigna”, isto situados genericamente na literatura amazônica, onde, inclusive, repontam as novelas de costumes, as contribuições de fundo ecológico e o lado puramente descritivo, cujo pano de fundo são os célebres “gaiolas”, as lendas regionais e o contraste pitoresco dos enredos amorosos de Hollywood enxertados na paisagem fluvial. Segundo Peregrino Junior, a fase chamada “modernista” da literatura amazônica, está ligada apenas aos nomes de Abguar Bastos, Dalcídio Jurandir, Gastão Cruis, Raul Bopp e Peregrino Junior. “Ao lado dessas” – relata Peregrino Jr. – “muitas figuras secundárias e acessórias, de filiação difícil que nem por isto deixam de ter sua parcela de interesse. Como se sabe, no regionalismo, muita coisa de escassa importância literária tem grande importância sociológica, isto é, pela documentação e pela informação”.

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